sábado, 22 de agosto de 2009

SERÁ NO PRÓXIMO SÉCULO?

O nosso amor arrasou cidades. Éramos
muito jovens e pensávamos assim.
O mundo pertencia-nos. Ninguém
percebia mas nós vivíamos contra
tudo - era um acto político.


Assim alguns seres no mundo
construíram vidas, amaram
e sofreram isolados, por vezes
espoliados, queimados na fogueira.


Mas o nosso amor resistirá
às fronteiras, aos muros de fogo
e à injustiça. Gostaríamos de viver
o tempo da verdadeira transformação,
da felicidade universal.


Erosão de Sentimentos, Editorial Caminho, Lisboa, 1997

Um comentário:

Anônimo disse...

Li já várias vezes este poema, demoradamente. E, no entanto, cada uma foi sempre inaugural.