CHEGADO ERA O TEMPO I
Chegado era o tempo das crianças de íris branca.
Adornadas, em seu barcos de papel noticioso.
A criança falou: Três filhos mortos, restos de lençol. Meu irmão amante podre em dia desejado. Mão aberta aos insectos, por eles preferida. Lodo em armários, sapatos alvaiados mais luminosos que o branco.
Aproximando-se da casa, o homem observava sua face repartida na luz.
Exausta memória, o excesso, quase paixão.
Que dizer do tempo, adolescência promíscua; mulheres, homens sobre enxergas de luxo.
O jovem encostou-se ao muro. Disse: Vamos desenterrar o menino. Amar-lhe as vísceras.Respirar nele e por ele.
Raparigas enforcavam-se.
De negro o homem passou. Na sombra.Entrou na sala: Amigos, vossos corações de alumínio servem o amor. Vossas esposas e maridos. Vossas esporas e cavalos.
De novo a criança interveio: Três filhos mortos pendurados na cave.
Meu irmão amante belíssimo nascido de ostentoso ventre.
Água em armários.
Chaves de caixões enleadas por branca fita de cetim. As irónicas flores de casamento.
Elevando a voz, a criança continuou: Apenas a música. Necessito de beleza. Fortalece-me a destruição, o desejo.
Pederastas disseram não haver definição para esse paraíso: os olhos do menino.
Falaram de perfeição absoluta, portas abertas a rios.
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